Páginas

TUDO SOLTO E MISTURADO


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

'A influência das mulheres independentes estende-se muito além dos limites de sua própria existência. Contaminam com sua crítica a inteligência de suas contemporâneas, destroem os velhos ídolos para protestar contra as verdades que as submeteram durante gerações.

Essas mulheres ao se libertarem libertam o espírito agrilhoado de outras mulheres ainda submissas'.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Arte de dizer

Você me diz tudo no mundo.
E eu fico querendo mesmo saber se o que dizes é o que eu entendi que disseste.


O que quis dizer foi isso?


É possível.


Isso não me diz tanto.
Nem me faz saber o que queres dizer com o que diz.
Queres que eu não saiba exatamente no que pensas quando dizes algo?
Ou queres ver alimentada a minha imaginação, me fazendo pensar nas várias possibilidades de interpretação sobre o que dizes?
Atiças minha criatividade e competência de dar significados ao que é dito.
Daí eu penso.
Penso mesmo.
Penso.
E penso.

Quis dizer isso?


É provável.


É provável que tenhas dito isso que eu pensei que você disse?
Fico querendo confirmar se o que dissestes é o que penso que dissestes, numa tentativa de buscar entender o que quer dizer quando diz.
Porque tu falas de tudo no mundo.
Quero fazer esforço pra entender o que quer dizer com as coisas que diz, usando todos os elementos de compreensão que me são possíveis.
E se dizes que é provável, que o que disse pode ser o que eu achei que disse, entendo que o que eu entendi que dissestes é algo que também poderia ser dito, mas ainda não o tinha sido até então.
O que eu achei que tinhas dito, não era.
Mas podia ser.

Então isso é isso?


Isso é aquilo.


Eita.
Se eu estava pensando que isso que dissestes era isso que eu tinha entendido, mas agora me dissestes que era aquilo, então o que eu penso que dizes, na verdade é diferente do que dizes.
O que eu pensava que dizias não o era.
E também o que eu pensava que querias causar com o que dizias não o era.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

troca de olhar

Que tom de cor poderia se formar ao encontro do verde angustiado com o azul retilíneo, na ultima troca de olhar interrompida pelo castanho eufórico?

Beija-flor

Soube um dia que tem épocas que o beija flor quer apenas pousar numa flor mesmo, é quando ele gostou muito do cheiro e gosto dela.
Passa o tempo e chegam momentos que o beija-flor quer e precisa sentir vários aromas, daí ele fica de flor em flor.

Até gostar dum novo cheiro ele passeia pelas flores do mundo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

domingo, 27 de novembro de 2011

O critério é ser sincero, expontâneo no agir e no falar.

Será que isso implica em falta de criticidade? Podemos falar somente bobagens aos nossos pares, por muitas vezes, mas será que quando se atinge um estágio de desenvolvimento intelectual e teórico mais profundo, mesmo as comunicações mais expontâneas com o outro não podem ser frutiferas, densas?

sábado, 26 de novembro de 2011

Ser ou não ser

Muitas certezas se foram ontem de noite.
É bom que a vida faça disso mesmo, desfaça certezas. Significa que somos influenciados pelas nossas experiencias e capazes de nos transformar com elas.

Achas que tem alguém nesse mundo que entende tudo da vida? Que se mantém fiel a certezas eternas e imutáveis? Que se mantenha em poço de segurança, guiado por essas certezas o tempo todo? Ninguém.
A incerteza do futuro, e a certeza de percepção dessa incerteza, é algo que assusta. Assusta muito.
Principalmente nesse mundo contemporâneo que instiga o tempo todo a gente a traçar metas e segui-las a risca, seguindo padrões pré e constantemente estabelecidos. Quem não tem metas certas ou foge dos padrões sofre, rema contra a maré.
Se encontrar nisso tudo dá um trabalho...
Mas não somos obrigados a estar sempre encontrados. Isso nem é possível. As vezes nos perdemos mesmo e ficamos sem saber direito o que somos ou o que queremos.
As certezas todas de ontem se vão.

Nessa hora o exercício de buscar o que é, e saber o que se quer, deve ser feito. E sempre refeito. Principalmente quando nos sentimos muito perdidos, fechados pro mundo e sem respostas é quando mais temos que refletir sobre nós. Os momentos de introspecção são muito úteis nessa busca de se auto-conhecer.
É normal ficarmos com medo quando estamos assim, em nós mesmos, nos avaliando. Até a comunicação com o mundo fica abalada. E sem conseguir se comunicar direito, sem saber organizar as palavras, já que os pensamentos estão bagunçados, nos sentimos incompreendidos e inseguros.
Mas deve imperar a vontade de querer se comunicar e ser entendido com alguma clareza.
Devemos tentar, soltar as palavras como nos vem, simplesmente falar, sem medo do que vai sair.
O comum é que, normalmente, nosso pensamento seja mais sagaz e denso e profundo e fértil do que nossa capacidade de expressá-lo. Quando o pensamento é transformado em palavras ele é diluido em partes, por isso nem sempre é compreendido tal qual foi pensado.
Mas falemos sempre e constantemente. Só exprimimos o que se passa conosco quando nos comunicamos. E é tão bom se exprimir, exprimir o que sentimos!
Não precisa de muito policiamento com as palavras, só fala e pronto! Deixa o policiamento com as palavras pra quando se é obrigado à pompa, quando é fala acadêmica e só porque há cobrança nesse sentido.
Falemos muito e sempre e pra isso convivamos muito e sempre.
A convivencia é super importante pra exercitar a comunicação e realizar trocas com os outros, de experiencias e de linguagens. Conviver com os outros, com muitos, quantos mais melhor.
Apesar de todo mundo ter individualidades, todo mundo partilha algo de comum, pois submersos sobre muitas influencias semelhantes... trocar ideia com nossos pares é saber do outro, como funciona, é se enxergar, no outro. Trocar é sempre algo que acrescenta.
Há muito me distanciei dessa obrigação de falar bonito e conciso, com palavras pomposas e que as vezes não são compreendidas no senso comum.
Falar o que pensa e sente de verdade é poder ser. Ser expontâneo.
É muita sorte conviver com pessoas que nos respeitam e nos deixam ser.
É muita sorte ter em nossa volta gente assim, que permite que nós sejamos.
Gosto demais de aproveitar para SER quando me vejo rodeada de gente respeitosa e que me permite assim.
E uma coisa é certa: ser é a melhor coisa do mundo!
Poder ser, na verdade.
Ser o que é, falar o que pensa e agir como sente vontade.
É quando somos mais felizes.

É quando somos felizes.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Entender-me no mundo, me conhecer, fazer da experiencia unica de existencia uma busca incessante por conhecer-me e ao mundo que vivo, sao pra mim motivos suficientes de querer viver demais.

Destruição de Atlântida

Atlântida era bonita, cheia de plantas exóticas, animais de todos os tipos e seres humanos do mais fino trato.

Mas tinha um incoveniente que precisou ser resolvido: seu primeiro habitante hominideo foi uma mulher.
Isso fazia de Atlantida um territorio que abrigava sociedade matriarcal, em que tudo funciovava conforme mandos femininos: mais sensibilidade e solidariedade.
Isso foi contra a natureza machista de Deus, que em sua criação inicial do mundo, tinha colocado o homem como chefe de tudo, o que cedia a permissão de vida a mulher ao lhe ceder uma costela.
Pela predominância das sociedades patriarcais Deus mandou uma catástrofe 'natural' gigantesca aniquilar Atlantida.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Verão.

Ah uma prainha!
Eita que a segunda-feira tá linda demais.
Dia de sol.
Dia de sol total!
O dia hoje amanheceu lindíssimo!
Igual dia de chuva.
Mas já viu dia de chuva em dia de sol?
Dia de chuva aparece em dia de sol.
Dia de chuva gosta que só de dia de sol, mas é dia de chuva.
Fico mesmo pensando como os dias de verão lindíssimos, com sol brilhante no céu azulzinho e água morninha do mar, sempre convidam dia de chuva pra ficar por perto.
No iniciozinho da manhã, ou no fim da tarde, às vezes até de noite ou nas madrugadas...
Dia de sol parece que não têm medo de dia de chuva.
Acho que dia de chuva gosta é de dia de sol.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Confissão de flor.

Ela chega lentamente,
acomoda-se com aconchego no quentinho.
Faz cafunés bastante delicados.
Acaricia-me as pétalas devagarinho.

Vai de cima a baixo percorrendo,
com suavidade de algodão.
Altero meu pequeno tamanho,
Vou perdendo a noção.

A velocidade dela aumenta,
O sangue me permeia as entranhas.
Aguardo ansiosamente o precioso afago.
Minha ansiedade é tamanha.

Meu corpo embalsamado suplica mais toques,
Uma parada programada me enlouquece.
Me contorso buscando o anterior movimento,
Por ele sou crédula e faço prece.

No limite de minha angustiada espera,
(talvez não tenha se passado um instante)
a fricção é retomada, incessaante.
A sensação interior é delirante.

Encontro-me bem rosada.
inflada, modo que fico mais formosa.
Leves toques deliciam-me toda.
Estou transformada: sou uma rosa!

O êxtase que me invade é extremo,
se eu não pedir ela não vai parar.
Enormemente preenchida de maravilha,
tenho até medo de vir a estourar!

Como suporto tanto tempo o máximo?
Que bom presente me deu a anatomia.
Milésimos, segundos, minutos até,
o cume ali sempre permanecia.

O momento de parar se dá pelo cansaçõ.
Ela, exausta, desencosta de meu corpo.
Com o fim da agitação eu relaxo,
ainda quente e atrdente como fogo.

Ela despede-se com muita ternura,
cobre-me protegendo do frio.
Parte, não pra muito longe.
Deixa sempre a certeza de voltar sempre, com doçura.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Primeiro beijo

Há pelo menos tres bons primeiros beijos:

1. o oficial primeiro, quando se tocou pela primeira vez os lábios de alguem com os nossos.
2. o primeiro com alguém a quem se desejava tocar os lábios, expecificamente.
3.o primeiro dado em uma boca nova à nossa. Beijo em alguem a quem nunca se tinha beijado antes.

Ah a novidade em textura das línguas e lábios se tocando!
Beijo na boca é uma das grandes maravilhas já inventadas, é carinho gostoso demais

sábado, 29 de outubro de 2011

12 conselhos com eficácia científicamente comprovada.

http://super.abril.com.br/enxerguesuper/

Na praça do padre zé.

Ontem ia te ver cantar na praça do padre zé.

Tu e toda Evoé.
me arrumei todinha,
fiquei toda cheirosinha,
daí soube que não ias mais cantar na praça do padre zé.
... Ahhh!
Será que teu pé ficou indisposto demais?
Triste ele está, com o rompimento.
Mas a ponto de abandonar seu irmão na missão de te levar pra cantar?
Não.
Soube que não, que não ias cantar ontem na praça do padre zé.
Que eu havia feito confusão!
É hoje!
É hoje que tu cantas na praça do padre zé.
Com Evoé.
Vou me arrumar todinha,
ficar toda cheirosinha,
só pra ver.
Ouvir.
Sentir.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

‎'Ciclo após ciclo vamos evoluindo através da experiência
A inteligência e a dor nos ensinam um bocado
Buscar conhecimento, não ficar bitolado nos fatos
É a missão desse momento, e de sempre
O trabalho é permanente'

BNegão

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Cê quer saber , então vou te falar , por que as pessoas sadias adoecem
Bem alimentadas ou não por que perecem.
Tudo está guardado na mente , o que você quer nem sempre condiz com o que outro sente.
Eu to falando é de atenção , que da cola ao coração
E faz marmanjo chorar , se faltar , um simples sorriso , as vezes um olhar.
Disse bem da pessoa errada , não conta , amizade é importante , mais o amor escancara tanto.
E o que te faz feliz , também provoca dor , a cadência do surdo no colo que se forjou.
E aliás cá pra nós , até o mais desandado
Dá o tempo na função , quando percebe que é amado"

Criolo

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

declaração de amor moderninha...

'segure-se na rede que lá vai meu cabo
na sua estreita banda vai sobrar conexão
meu conteúdo quente vai queimar seu disco virgem
... gravando um lindo arquivo no seu coração.
Interatividade é assim mesmo
a vida é pra compartilhar e gozar
o velho James Browse já dizia
não leve a mouse não"

ZeroQuatro

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Consumo e sexismo no dia das crianças

Por Raíza Wallace Guimarães da Rocha*



Esse seria um excelente dia para os pais passarem mais tempo com seus filhos e filhas, brincando e ensinando a importância de viver coisas típicas da infância. E não incentivando a ser adultos mirins, sexistas e consumistas compulsivos.

Como estudante de Terapia Ocupacional, reconheço a importância do brincar para o desenvolvimento sócio psicomotor da criança. Porque sei que é através do brincar que ela vai desenvolvendo habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, SOCIAL e emocional. E por isso acho essencial que tenhamos cuidado com os brinquedos que damos a essas crianças.

Você já reparou se os brinquedos que você está comprando não estão impondo padrões

comportamentais sexistas?

Você dá bonecas, joguinho de panela, Barbie, fogãozinho, batedeira, bebezinhos, para as meninas. E os caminhões, carros, bola, monstros, para os meninos. E depois nem desconfia o motivo pelo qual sua filha cresce achando que nasceu pra ser mãe, que fazer os serviços domésticos é uma responsabilidade somente sua, que precisa investir em sua 'beleza', só por ter nascido mulher.

Enquanto seu filho acha que precisa gostar de futebol, odiar rosa, ser o motorista (sim, porque mulher no volante é perigo constante, não?), não pode gostar de bonecas e nem fazer trabalhos domésticos.

As propagandas de brinquedos direcionadas às crianças incentivam um consumo desacerbado e esteriótipos retrógrados. As meninas querem ser princesinhas, que usam salto alto, maquiagem, não brincam de correr, possuem um celular, precisam ser magras e ter cabelo liso como a Barbie (ou seja, a menina que é negra, gorda e tem o cabelo afro, se rejeita e é rejeitada... Não é a toa que vemos milhares de meninas alisando o cabelo e fazendo dietas malucas para sentirem-se 'bonitas'). Já os meninos querem jogar video-game, futebol, jogos bélicos,etc. A ideia de poder, força e vitória é direcionada a eles, enquanto que maternidade, sonhos e beleza estética são predominantes em anúncios para meninas.

As crianças almejam ser como as das propagandas, tanto no aspecto estético, quanto no fato de terem todos os brinquedos à sua disposição e refeições à base de fast-food (imagina o impacto disso para uma criança pobre?). É aí que surge uma lógica consumista que modela as relações da criança consigo e com o mundo. Então inicia-se a assimilação de que a felicidade está associada ao consumo e uma falsa necessidade.

Precisamos contestar esses hábitos sexistas, que são resultados de uma manipulação silenciosa. Não compre produtos com propagandas sexistas ou que estimule isso. Não incentive o consumo desacerbado. Será que essa criança realmente precisa de brinquedos novos?

Até quando você transformará o brincar, que deve ser uma experiência emancipatória, em uma prática nociva e reprodutora de esteriótipos e padrões sociais? Precisamos refletir sobre os impactos disso na condição da mulher, na representação das relações no interior da família, nos sonhos e relações sociais ou continuar com essa venda nos olhos achando que o machismo e sexismo são coisas inatas."

* É estudante de Terapia Ocupacional, militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Coletivo Feminista Conceição Evaristo.in: http://mulheresemmarcha.blogspot.com/2011/10/consumo-e-sexismo-no-dia-das-criancas.html

Um bom dia chuvoso.

Dia chuvoso.
As vezes faz dessas mesmo:
faz do dia chuvoso.
Fecha de nuvens o céu,
nubla a imagem do sol.
(Libera o sol amanhã que ele gosta de sair pra brincar).
Um bom dia chuvoso esse.
Bom dia chuvoso.
Bom dia Dia Chuvoso!

sábado, 8 de outubro de 2011

Destruição

Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.

Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.
Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.

E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.

Iara DiXero





.

domingo, 2 de outubro de 2011

'Maria Clara tinha medo do escuro, achava um absurdo o sol ir pra outro lugar. Descobriu que o escuro é bacana, pois nele a gente sonha e ainda pode amar'

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Meus assuntos contigo são sempre tres:
experiencias que vivemos sozinhos,
experiencias que trocamos com as pessoas,
conhecimentos que adquirimos do mundo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Zé.

"Era uma vez um homem que viajava pelo mundo e queria viver para continuar a escrever. Era uma vez uma mulher que empurrou este homem para a vida. Era uma vez um elefante que viajava pelo mundo sem saber porquê. Era uma vez um realizador que quis fazer um documentário sobre a intimidade de Saramago e de Pilar e acabou a fazer um filme sobre a vida"

Que cabra fantástico aquele Saramago, um figuraça! Divertido, inteligente, perspicaz, humanista, poeta, companheiro. Começou a escrever somente aos 60 anos e não parou mais. Com mais de 80 anos ainda estava ativamente produzindo. Textos literários de muita qualidade, bons de ler e onde se percebe um homem que entendeu bem do mundo em que viveu.
Teve como companheira, no maior sentido que essa palavra pode ser concedida, Pilar. Jornalista com quem foi casado há mais de 20 anos, mantendo relação interessantíssima em que um auxiliava o outro na missão de crescer como ser humano.
Quando escrevia 'A Viagem do elefante', um de seus ultimos livros, caiu doente internado por quase dois meses. Viu a morte de perto e afirmou ter tido salva sua vida por sua mulher, Pilar, a quem dedicou a maior parte de seus trabalhos; e pelo elefante, que chamava-o pra que ele terminasse de contar como acabaria sua viagem. Já recuperado ele termina o livro, faz mais muitas viagens, entrevistas, conferencias, sessão de autógrafos... e tem a oportunidade de ter cinematografado um trabalho seu ('Ensaio sobre a Cegueira'). Saramago chora ao assistir o filme no cinema, chora agradecido pela sua existência que trouxe a possibilidade de vivenciar mais coisas de novo.

Numa de suas ultimas entrevistas declarou que a vida que levou é exatamente a que gostaria de ter levado, com sucessos e tropeços, sem modificar nada. Foi perguntado sobre que desejo faria, se pudesse pedir qualquer coisa que ainda não tivesse conquistado. Respondeu prontamente 'tempo'. Tempo para continuar produzindo nos livros o que se passa em sua cabeça vivida, tempo pra conhecer mais, tempo para curtir ao lado de sua grande companheira, tempo.
Que sensação fantástica deve ser a de chegar ao fim de uma longa vida com a sensação de que foi a que se queria mesmo ter vivido. Sensação de que a chance de existencia foi apreciada. Sensação de que a vida vale a pena!
http://www.youtube.com/watch?v=LMFbp_t7h_A

'um documentário que podia ser uma ficção. Que é o que realmente se sente quando as coisas são perfeitas demais para serem verdade'.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PRIMAVERA

O sol já desponta quentinho,
as flores se abrem devagarinho,
as chuvas estão indo embora um tempinho,
primavera chegando pra colorir o mundo pro verão.
É tempo de florescer!!!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O governo brasileiro ainda não toma medidas repressoras do conteudo da internet porque isso nao dá pra ser feito?

Ausencia assimilada

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!“

drummond

Equilíbrio vivendo o presente.

"Era como se antes eu estivesse com o paladar viciado por sal e açúcar e com a alma viciada por alegrias e dores".

boiada

O rio corre em direção certa.
Tudo que cai no rio é levado por ele a esse lugar estabelecido.

O amor, por Anayde Beiriz.

“(...) O amor que não se sente capaz de um sacrifício não é amor; será, quando muito, desejo grosseiro, expressão bestial dos instintos, incontinência desvairada dos sentidos, que morre com o objetivar-te, sem lograr atingir aquela altura onde a vida se torna um enlevo, um doce arrebatamento, a transfiguração estética da realidade... E eu não quero amar, não quero ser amada assim... Porque quando tudo estivesse findo, quando o desejo morresse, em nós só ficaria o tédio; nem a saudade faria reviver em nossos corações a lembrança dos dias findos, dos dias de volúpia de gozo efêmero, que na nossa febre de amor sensual tínhamos sonhado eternos.
Mas não me julgues por isto diferente das outras mulheres; há, em todas nós, o mesmo instinto, a mesma animalidade primitiva, desenfreada, numas, pela grosseria e desregramento dos apetites; contida, nobremente, em outras, pelas forças vitoriosas da inteligência, da vontade, superiormente dirigida pela delicadeza inata dos sentimentos ou pelo poder selético e dignificador da cultura.
Não amamos num homem apenas a plástica ou o espírito: amamos o todo. Sim, meu Hery, nós, as mulheres, não temos meio termo no amor; não amamos as linhas, as formas, o espírito ou essa alguma coisa de indefinível que arrasta vocês, homens, para um ente cuja posse é para vocês um sonho ou raia às lides do impossível. Não, meu Hery, não é assim que as mulheres amam. Amam na plenitude do ser e nesse sentimento concentram, por vezes, todas as forças da sua individualidade física ou moral.
É pois assim que eu te amo, querido; e porque te amo, sinto-me capaz de esperar e de pedir-te que sejas paciente. O tempo passa lento, mas passa...
...E porque ele passa, e porque a noite já vai alta, é-me preciso terminar.
 
Adeus. Beija-te longamente, Anayde”

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

7 de setembro

Independentes?

Só vejo dependência aqui.
Dependência a uma globalizadora política neo-liberal que só arrasta o Brasil pra um ‘desenvolvimento econômico’ que torna as pessoas cada vez mais padronizadas, consumidoras e alienadas.

Dia da independência do Brasil é só mais um dia sem trabalho pra alguns, bom pra quem pode ficar em casa assistindo televisão sem ficar pensando no que é ser ou não um país independente.

É pena não morar num país onde todos tenham emprego e oportunidades semelhantes, trabalhem, tenham sua função social, mas também reste tempo para se dedicar ao ócio, ao conhecer-se, ao desenvolvimento da criatividade e habilidades pessoais...
Onde todos tenham direito a saúde publica gratuita digna; educação pública de qualidade que permita conhecer e analisar o mundo com clareza; segurança de estar na rua até a hora em que se deseja; cultura em filmes, musica, arte de um modo geral, acessível a todos.
Onde a mídia hegemônica, que tanto influencia a vida das pessoas, seja diversa e capaz de estimular valores de igualdade e liberdade.
Onde a democracia funcione e o povo, maioria da população, defina que caminho deve seguir a política e economia de seu pais. Onde o povo tenha efetivamente seus interesses representados pelos políticos.
Que tristeza não poder comemorar hoje a independência de meu país indo pras ruas assistir essas meninas-balizas orgulhosas a vibrar a felicidade de morar num país igualitário onde tem-se liberdade de ser.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bom dia.

Ontem Jackeline Ruiz foi julgada pela atuação no mensalão do democratas. Por mais da metade dos votos a deputada continua em seu cargo depois de ter faturado ilegalmente milhões utilizados em beneficio pessoal, inclusive na campanha que a elegeu.
Comum.
A votação na câmara foi secreta, que é para os deputados presentes não se intimidarem em votar a favor da corrupção, eles mesmo corruptos e aptos a sentar no banco dos réus outrora.
E a bonita ainda tem a cara de pau de falar em sua defesa que roubou sim, roubou muito, mas isso foi antes de assumir o cargo. Então nesse país se pode matar, abusar sexualmente, traficar armas, tudo antes de se assumir um cargo público.
Sua naturalidade me faz ter de achar comum acordar e enquanto tomo café da manhã ser acordada de verdade pela notícia.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Crença.

[...]Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as coisas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

Alberto Caeiro







.

Desejo compartilhado.

Posso até aproveitar-me de tua carencia para realizar meu desejo lascivo.
Alimento então meu corpo.
Mas meu desejo só é plenamente realizado quando apreciado por ti.
Mesmo enquanto desejo da carne.
Assim fico virtuosamente saciada.
Alimento meu corpo e minha alma.

Profunda Clarice.

'a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la' p.10

'Ontem no entanto perdi durante horas e horas minha montagem humana. Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação a: ser? (...) Mas porque não me deixo guiar pelo que for acontecendo?Terei que  correr o sagrado risco do acaso' p. 11.

'Não sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir.Mas, quando eu estava presa, estava contente?' p.11

'Cedo fui obrigada a reconhecer, sem lamentar, os esbarros de minha pouca inteligência, e eu desdizia o caminho. Sabia que estava fadada a pensar pouco, raciocinar me restringia dentro de minha pele. Como pois inaugurar em mim agora o pensamento? e talvez só o pensamento me salvasse, tenho medo da paixão.' p. 13.

Terei que ter a coragem de usar um coração desprotegido e de ir falando para o nada e para o ninguém?' p. 13.

Para que eu continue humana meu sacrifício será o de esquecer? (...) Eu vi. Sei que vi porque não dei ao que vi o meu sentido. Sei que vi - porque não entendo. Sei que vi - porque para nada serve o que vi. Escuta, vou ter que falar porque não sei o que fazer de ter vivido. Pior ainda: não quero o que vi. O que vi arrebenta a minha vida diária. Desculpa eu te dar isto, eu bem queria ter visto coisa melhor. (...) Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão(...) Oh pelo menos no começo, só no começo. Logo que puder dispensá-la, irei sozinha.'' p. 15-16.

'Ir para o sono se parece tanto com o modo como agora tenho de ir para a minha liberdade' p. 16

'É preciso coragem para me aventurar numa tentativa de concretização do que sinto. (...) Será preciso coragem para fazer o que vou dizer: dizer. E me arriscar à enorme surpresa que sentirei com a pobreza da coisa dita. Mal a direi e terei de acrescentar: não é isso! não é isso! Mas é preciso também não ter medo do ridículo, eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor. Adio a hora de me falar. Por medo? E porque não tenho uma palavra a dizer. (...) Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. (...) Sinto que uma primeira liberdade está pouco a pouco me tomando. (...) Quanto eu devia ter vivido presa para sentir-me agora mais livre somente por não recear mais a falta de estética...(...) perdi o medo do feio.' p. 18-19.

'Estou mais cega do que antes. Vi, sim. Vi, e me assustei com a verdade bruta de um mundo cujo maior horror é que ele é tão vivo que, para admitir que estou tão viva quanto ele (...) terei de alçar minha consciência de vida exterior a um ponto de crime contra a minha vida pessoal' p. 20.

'É que um mundo todo vivo tem a força de um Inferno'. p.21.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

No máximo senti um engrandecimento do ego e achei bom. No máximo isso.

da paixão e do amor.

Apaixonar-se é um negócio de outro mundo mesmo. Do nada acontece. Não se planeja por quem ou quando. De repente, paixão. Você simplesmente fica apaixonado, se vê admirado por alguém sem entender direito porque. Apaixonar-se é sentir desejo intenso por alguém incessantemente e como se não mais existissem outras pessoas desejosas. É vontade de estar perto, de fazer tudo junto. É impulso. É vontade de ser o outro. De ser um só com o outro.

E se a paixão é correspondida, que dádiva! É realmente divino poder compartilhar e viver desejo. Dois apaixonados experimentam sensações de muita e intensa felicidade juntos.

A parte muito ruim da paixão é a entrega que o apaixonado faz do seu ser pro outro. Apaixonados admiram muito quem o apaixona, as vezes até sem saber porque, pois nem se conhece muito daquele. E no intento de impressionar, de chamar a atenção e se mostrar interessante, faz questão de se mostrar de um jeito que não é. Há muita anulação de quem se é quando se está apaixonado. O apaixonado se coloca em situações que não deseja somente pra agradar ou estar perto, deixando as coisas que antes lhe importavam em segundo plano. Como se o sentido do mundo e da existência só existisse na presença e aprovação do outro.

Na melhor das sortes o encantamento da paixão dura pra um o mesmo tempo que pro outro e então chega o amor.

Muito melhor que a paixão é o amor. Coisa rara. É quando se tem liberdade de ser quem é diante do outro e se quer construir história junto. Pois com o tempo os apaixonados se conhecem de perto e enxergam o outro com menos coberturas. Se deparam com pessoas de verdade, cheias de qualidades e defeitos, inseguranças, sonhos, experiências de vida... que tem vontades próprias. Cada um passa a ser de novo. E se houver atração física recíproca, não necessariamente constante mas sempre existente, acompanhada da vontade de dividir a vida com alguém a que se tem afinidade, compreensão de mundo e projeto de vida semelhantes e facilidade de comunicação, eita, é o amor.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

aprendiz de carlin

O papel pode até pesar mais que chumbo,
quando nele se fala o que se sente fundo.
Mas conseguir essa proeza de poeta:
de expressar num papel o que se passa na alma,
Traz calma.
...Calma ao leitor que encontra no poema
Sentimento parecido ao que ele mesmo sente
E não consegue transpor ao papel somente
Porque ele ainda ensaia ser bom poeta.

domingo, 17 de julho de 2011

Açaí.

Eu sou uma pessoa má
Eu menti pra você
Você não podia esperar ouvir uma mentira de mim
Que pena, não sou o que você quer de mim
Céu nublado cinza. Em frente ao mar só há uma cor só. Céu e mar. Inverno no litoral do nordeste. Em dias assim não se sabe onde aquele começa e o outro termina.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Primavera

Holi celebra o triunfo do bem sobre o mal e inaugura a temporada de primavera. O festival comemora um mito hindu sobre uma bruxa, Holika, que queimou crianças em um incêndio. Uma criança repete o mantra Hare Krishna, onde ele foi levado para dentro das chamas e a bruxa foi queimada em seu lugar.
Todos os anos o Templo Hare Krishna em Spanish Fork, Utah coloca a maior celebração de Holi no Hemisfério Ocidental. Os organizadores cuidadosamente distribuem seu estoque de aproximadamente 120 mil sacos de pó colorido, para as 40 mil pessoas que compareceram no festival. Onde em contagem regressiva eles se preparam para jogar o pozinho para o alto. No festival tem shows de Rock, R&B, e outras interpretações modernas do mantra são tocados por músicos ao longo do dia.


Alguns historiadores contam que o Holi antecende em muitos séculos o nascimento de Cristo e são muitas as lendas que explicam o seu aparecimento, em geral remetendo ao temível Rei Hiranyakashyap. Muito vaidoso, ele queria que todos no seu reino o venerassem, mas foi justamente o seu filho Prahlad quem resolveu adorar uma entidade diferente, chamada Lord Naarayana. Hiaranyakashyap combinou com a sua terrível irmã Holika, que tinha o poder de não se queimar, que ela entraria numa fogueira com Prahlad em seus braços para matá-lo. Mas Holika deu-se mal porque ela não sabia que o seu poder de enfrentar o fogo seria anulado quando ela entrasse na fogueira acompanhada de outra pessoa. Lord Naarayana reconheceu-a bondade e devoção de Prahlad e salvou-o. O festival, portanto, celebra a vitória do bem contra o mal e o triunfo da devoção.[1]A tradição da queima Holika ou o "Holika Dahan" vem principalmente a partir desta lenda.

Apesar de esta ser uma festa colorida, existem vários aspectos de Holi, o que o torna tão importante para a cultura da Índia. Embora possa não ser tão evidente, um olhar mais atento e um pouco de pensamento revelará o significado do Holi em mais formas do que aquilo que simplesmente se vê. Holi celebra também a lenda de Radha e Krishna, que descreve o extremo prazer que Krishna teve na aplicação de cor sobre Radha e Gopis. Esta brincadeira de Krishna mais tarde, tornou-se uma tendência e uma parte das festividades do Holi.[1]




(tudo dito na wikipedia)

domingo, 10 de julho de 2011

Mulher e consumo

Toda mulher deseja se inventar. Ter personalidade própria, saber quem é e do que gosta, ter autonomia, escolhendo sua aparência, seu trabalho, seus companheiros, sua opção sexual, a forma que quer se portar e como.
Só que muitas se inventam perseguindo o padrão estético que é imposto pelos valores sociais vigentes, que se utilizam de veículos poderosos como a mídia para convencer. Essas mulheres acabam se escondendo, escondendo quem são atrás de uma identidade padronizada que compartilha com outras tantas. 

As mulheres aprendem na TV como devem aparentar, o que vestir, que marca de sapato ou perfume usar, que cor de cabelo ter, como se comportar.
Há promessa de felicidade para quem se torna mulher-padrão.
E quer coisa melhor do que padronizar? A produção em série traz maiores lucros.
Pra que perder tempo em produzir produtos específicos a cada pessoa singular? Trabalhoso e dispendioso demais. É necessário economizar quando se visa o lucro.
Melhor estabelecer valores sociais padronizados e torná-los aceitos para criar mulheres iguais. Mulheres e homens. Pessoas iguais, que têm o mesmo desejo na hora de consumir.
A sociedade do consumo é assim.
É difícil não estar envolto de algum modo por ela.

Velando a vela

Observar de perto uma vela acesa.
Olhar bem em algum lugar escuro e silencioso.
Somente ela é luz.
Só luz.
Experiência interessante.
A chama é laranja e no centro tem um pouco de azul.
É bonito de ver.
Tão simples, uma vela acesa.
Em tudo que é bolo de aniversário tem.
Antes quando faltava luz tudo ficava escuro em casa.
Não havia tanto aparelho eletrônico com reserva de energia.
Era sempre hora em que tudo silenciava.
Velas acesas apareciam.
Vela acesa no escuro traz foco.
Olhando bem e sem parar por um bom tempo há uma única imagem.
Do fogo amarelo-azulado que sai do pavio.
Fazendo escorrer parafina molhada vela abaixo.
O olho começa a querer lacrimejar um pouco se olhar demais sem piscar.
Fecho os olhos e há outra imagem.
Lembra aquela, mas é diferente.
Esforço-me para manter a imagem que vejo de olhos abertos com eles fechados.
A imagem que aparece é a de um pequeno losango vermelho.
Quanto mais tempo permanecer de olhos fechados, mais a imagem do losango vai desaparecendo.
Vai ficando distante.
Somente uma nova olhadela na vela acesa fará a imagem retornar.
Vela acesa numa escuridão silenciosa traz muito foco.
Se olharmos sem parar pra uma chama no escuro nosso pensamento é capaz de se acalmar.
De não ficar incessante demais como sempre é.


"(...) Quanto mais estreito é o fio de luz, mais penetrante é a vigilância.
(...) a luz de uma vela, (...) duplo sentido, o de alumiar e de aquecer. O que nos fascinará tanto numa simples vela?!
O seu lado romântico, que herdamos dos nossos antepassados oitocentistas? A cor vibrante e dilacerante que encerra? O perigo que existe ao acendê-la e torná-la chama? O simples derreter da cera em seu redor que cria montanhas e estalactites que, de forma natural, não podemos criar? O alumiar do caminho? Uma forma de obter luz natural? O misticismo da vela...!!!!
Que vejo eu, tu e todos numa vela? É um fascinio. E a luz acessa,... num quarto escuro, ... em noite cerrada ..., fala-nos de solidão. Remete-nos para o nosso passado de histórias encantadas. Transporta-nos para um outro mundo, o da imaginação e olhando lá bem do fundo ficamos à espera que o sonhador noturno, ou desesperado diurno, apague a luz e vá descansar num sono profundo. (...)"
Gaston Bachelard
"Realmente, se um dia de fato se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos - isto é, uma explicação do que é que eles dependem, por que leis se regem, como se desenvolvem, a que é que eles ambicionam num caso e noutro e por aí fora, isto é uma fórmula matemática exata - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo. Pois quem aceitaria escolher por regras? Além disso, o ser humano seria imediatamente transformado numa peça de um orgão ou algo do gênero; o que é um homem sem desejos, sem liberdade de desejo e de escolha, senão uma peça num orgão?"
Fiodor Dostoievski

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diferenças entre Religião e Espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior..
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 2 de julho de 2011

"Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso."
Clarice Lispector

terça-feira, 28 de junho de 2011

A menina dança
E dentro da menina
Ainda dança
E se você fecha o olho
A menina ainda dança
Dentro da menina
Até o sol raiar


Michael Parkes


Posso ser sincero?

Quando falamos em sinceridade sempre pensamos na ação de dizer algo desagradável a alguém. Iniciamos uma crítica muitas vezes com a expressão “sinceramente”. Inaugura-se com isto a exposição de uma opinião que não está disposta a ser falsa e se declara de antemão com a autoridade da verdade. Junto com ela encena-se certo ar de coragem, como se a sinceridade fosse alguma sorte de franqueza grosseira. O sincero lembra o “grosseiro”, porta-voz de uma verdade bruta – tanto assustadora quanto obrigatória -, como se o delicado fosse falso na exata medida de sua polidez. Com isto demarca-se a sinceridade como um esforço que, além de desagradável a todos, tanto para quem o pratica quanto para quem o recebe, pode ser tanto inútil quanto comprometedor.
Pensa-se, para escapar disso, a sinceridade como algo que não se deveria “praticar”. Algo que é, em si mesmo, ruim. Que só com muito cuidado deveria ser usada. A pergunta que precisamos fazer diante desta evitação da sinceridade é bem óbvia: por que a prática da exposição das opiniões não pode ser vista como uma coisa boa, algo que deveria ser exercido livremente? Que nos faria crescer ética e mesmo psicologicamente? Que ajudaria a descobrir boas experiências, de alegria, de satisfação na convivência com o outro, aquele a quem se dirige nossa sinceridade?
(...)
A acepção atual da sinceridade que sustenta a idéia de um caráter que deveria ser escondido, por não fazer bem a ninguém, ou por não trazer vantagens numa sociedade organizada em relações de troca tanto objetivas quanto afetivas, é precária ao não revelar a riqueza do conceito.
Muitos pensam que, se sou sincero com alguém hoje, posso receber de volta a sinceridade amanhã e isso não define vantagem alguma. Ou posso ser punido por sua ressonância: perder uma oportunidade, um negócio, um emprego, porque sou sincero. A sinceridade parece ser algo que apenas se pode temer, que só estraga a vida, espécie de talismã ao contrário, moeda falsa.
(...)
Sinceridade é, portanto, sinônimo de confissão. Quem se confessa dá testemunho, ou seja, conta algo porque o viveu, porque presenciou um fato e pode narrá-lo. O olhar do sujeito sincero é essencial na elaboração do que ele pode dizer. A confissão religiosa é originariamente um ritual de autoconsciência que envolve um exame de si, uma análise da própria pessoa por conta própria. Aquele que se confessa, porém, deve ter a disposição para libertar-se de si mesmo. Ao mesmo tempo, este gesto implica entregar-se ao outro, seja aos seus olhos, aos seus ouvidos, ao seu cuidado ou, negativamente, ao seu poder.
Infelizmente o poder como dominação não abandona a vida comum. A confissão do outro, seja na religião, seja na política, pode ser usada como arma contra aquele que se confessa. A confissão tem um poder equivalente ao do segredo que lhe é contrário. Alguém apenas entrega o que lhe é íntimo como uma generosa dádiva, ou, ao contrário, sob pressão emocional ou ameaça. Se nas relações mais íntimas os segredos confessados são usados por um contra outro é o valor da sinceridade como o mais íntimo que se pode compartilhar que cai por terra. A sinceridade não pode ser confundida com a mera desculpa diante do que acaba por ser dito sem pensar. A violência verbal e a maledicência muitas vezes são aceitas sob a máscara de sinceridade.
É porque a sinceridade diz respeito ao universo próprio do que pode ser expresso por cada um em seus limites que ela jamais é absoluta, pois ninguém pode saber tudo de si, nem revelar tudo a outrem. O sujeito humano vive do conhecimento de si em tensão com o que, de si, não pode ser conhecido, com o que nele é mistério e silêncio. Aquele que pudesse ser totalmente sincero – falar absolutamente de si ou do sue ponto de vista - ou estaria mentindo ou teria banalizado o poder da sinceridade.

Marcia Tiburi

sábado, 25 de junho de 2011

Saudade.

Estou com muitas saudades de um dia inteiro com você.
Saudades de fazermos as coisas que mais gostamos juntos.
Era tão bom quando acordavamos juntos de manhã, me espreguiçava todinha e você lá fazendo carinho em minha perna, se esticando todo... desligavamos o despertador umas cinco vezes para sonecas intermináveis...  eu levantava já meio atrasada e você vinha me seguindo até o chuveiro, tomavamos um banho bem gostoso. Sempre gostei de te esfregar inteiro com a bucha cheia de sabonete líquido. Macadâmia, nosso aroma predileto nos banhos.
Saíamos os dois apressados, você corria comigo pra eu chegar no trabalho na hora.
Gostava dos dias que decidiamos ir pedalar até a praia de tardinha. Subir as ladeiras do Seixas para termos o prazer de em seguida desce-la juntos. Depois de um banho de mar, adorava ficar deitada te cobrindo todo de areia. Depois faziamos exercicios, umas posturas de ioga, alongamentos... eita coisa boa!
A noite  eu sempre queria ver o que está rolando na cidade pra tentar ir com você assistir um bom filme, um espetáculo de teatro ou música, um bom show... depois rolava uma cervejinha e se eu ouvia uma música rolando, em qualquer boteco te levava a dançar sem parar. Rodopiavamos o salão inteiro quase esquecendo o mundo de gente a nossa volta. Ô coisa boa que é dançar juntinho contigo. Você me faz mecher o corpo como ninguém! Sem você não danço igual, e como amo dançar!
Chegando em casa já ia tirando o teu sapato, a minha roupa, caiamos na cama. A depender das vontades do momento só dormiamos uma hora depois, exaustos e felizes.
Prometo cuidar muito de ti, dar muito carinho.
Tô mesmo com muita saudade de você, pezinho.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Saúde



Asthanga
 
"(...) teus exercícios, pratica-os diariamente com a seriedade de um ritual e com a inflexibilidade e o zelo de um genuíno artista interessado em produzir uma obra genial. A obra genial és tu mesmo, e o artista também!"
Kuut Hume

segunda-feira, 20 de junho de 2011



A Primeira Bailarina - Edgar Degas

Gravurista, pintor, escultor e desenhista do século 19, Vegas tem em suas mais conhecidas obras as bailarinas e mulheres de um modo geral em suas rotinas diárias. Gostava de retratar o movimento do corpo delas. 

Acrofobia


O acrobata é alma de liberdade, o mostra pela escolha aos movimentos no ar.
O acrobata é ser bonito.
Vive se apresentando e trazendo beleza aos olhos de quem o vê se mover:
a beleza de seu corpo em movimento.
O acrobata dedica-se especialmente as acrobacias.
Romances são para ele enlaces múltiplos, diversos, movidos por vontades.O acrobata é o amor de quem canta pra ele?

Quem canta pro acrobata gostaria de tê-lo mais perto, mas tem receio de o querer.
Sabe que o acrobata é ser de liberdade, vive querendo voar longe.
Quem canta tem de ver que também consegue voar longe com sua música.






domingo, 29 de maio de 2011

A manhã mais bonita da semana.

Hoje fico em casa com Kiko

Anjo que me guarda
Não precisa me guardar
Ó anjo que me guarda
Hoje eu não vou vadiar
Não tem viola nem congada
Nem jongo nem batucada
Nem cachaça nem tambor
Ó meu anjo protetor
Nem cachaça nem tambor
Ó meu anjo protetor
Falei, tornei a falar
Hoje eu não vou vadiar
Podem me fazer convite
Podem me fazer chantagem
Ó meu anjo protetor
Hoje não tem vadiagem

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Apredendo a dançar.

"Você me chamou pra dançar aquele dia
Mas eu nunca sei rodar
Cada vez que eu girava parecia
Que a minha perna sucumbia de agonia
Em cada passo que eu dava nessa dança
Ia perdendo a esperança
Você sacou a minha esquizofrenia
E maneirou na condução
Toda vez que eu errava você dizia
pra eu me soltar porque você me conduzia
Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada
E no final achei tranquilo"

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Filosofia baratíssima pra tentar entender o medo de amar, em Grey's Anatomy

"Eu sempre disse que seria mais feliz sozinha.
Ter meu trabalho.
Meus amigos.
Mas ter alguém na sua vida o tempo todo?
São mais problemas que o necessário.
Ao que parece estou nessa situação.
Há um motivo para eu dizer que seria mais feliz sozinha.
Foi porque eu pensei que se eu amasse alguém e depois acabasse, talvez, eu não conseguiria sobreviver.
É mais fácil ficar sozinha.
Porque, e se você descobrir que precisa de amor?
E se depois você não o tem?
E se você gostar e depender desse amor?
E se você modelar sua vida em torno dele?
E então... ele acaba.
Você consegue sobreviver a essa dor?
Perder um amor é como perder um órgão do corpo.
É como morrer.
A única diferença é... a morte termina.
Isso... pode continuar"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quero ser só amor.

Amor é dado de graça.
Quando damos felicidade somente esperando retorno de quem amamos queremos resolver nossas carencias, cuidar de nós mesmos. Quem sente amor dá amor, se doa, faz feliz quem ama sem esperar em troca. Sente felicidade ao dar felicidade. Sem espera de recompensa.

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Falo dessa pequenas felicidades, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas  não existem, outros que só existem diante das minhas janelas... e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim".

Cecília Meireles.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Bicicletai-vos!

"..Que douradas maravilhas!
Bicicletai, meninada
Aos ventos do Arpoador
Solta a flâmula agitada
Das cabeleiras em flor
...Uma correndo à gandaia
Outra com jeito de séria
Mostrando as pernas sem saia
Feitas da mesma matéria.."


Vinícius de Moraes
 
 
Vamos bicicletar entao,
aos ventos pessoenses matinais.
Podemos ir ouvindo um som,
Podemos levar Vinicius de Morais.
Quinta-feira é bom dia
...pra deixar os cabelos balançar
pra deixar as pernas mostrar,
pra tomar aquele banho de mar...


Srta

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um Ato de Amor
Viver é muito perigoso.
Porque ainda não se sabe.
Porque aprender-a-viver é que é o viver mesmo.

                                                                 Guimarães Rosa

sábado, 5 de março de 2011

Nenhuma mulher devia ser Lily Braun

Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz
E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então ficando flou
Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues
Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê
Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz

Pra ouvir

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Preservar pensando no filhote do filhote.

"Moro numa linda bola azul que flutua pelo espaço
Tem floresta e bicho pra chuchu, cachoeira, rio, riacho
Acho que é um barato andar no mato vendo o verde
Ouvindo o rock'n'roll do sapo ensaiando
De manhã cedinho os passarinhos
Dão bom dia pro sol cantando
Terra, leste, oeste, norte, sul, natureza caprichosa
Tem macaco de bumbum azul tem o boto cor-de-rosa
Árvores, baleias, elefantes, curumins
E o mundo inteiro está com a gente vibrando
A nossa torcida é pela vida
E a gente vai conseguir cantando
Cuida do jardim pra mim deixa a terra florescer
Pensa no filhote do filhote que ainda vai nascer"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Capão


Felicidade.
Vale de poucos moradores, cercado de naturezona, cachoeiras, vales, montanhas, trilhas lindas. Sem telefone, sem televisão.
Solzão brilhante todo dia, friozinho gostoso a noite.
Acampamentos, cozinha coletiva. Vida coletiva onde todo mundo vai por todo mundo.
Muita cultura popular ali presente, latente no artesanato, nas danças e comidas, no jeito de falar e no trabalho que as pessoas fazem pra se manter.
Gente de todo canto, gente interessante, gente que tem sempre historia boa pra contar, gente boa de trocar ideia e interagir.
Liberdade pra fazer de tudo um pouco, acordar e dormir qdo dá vontade, fazer o que se gosta e esta afim. Ate voar voei!!
Lugarzinho bom demais da conta, que mostra pra gente como é facil se sentir pleno com tão pouco. Dá vontade de nunca mais voltar.
Deixa a gente com saudade.
Também deixa a gente muito animado e com muita vontade de viver ao voltar pra casa.


"Throw down my haste in the road"