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TUDO SOLTO E MISTURADO


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As cenas chocantes do “jornalismo perícia”

Acompanhar os portais da Paraíba tem sido uma tarefa difícil para aqueles que têm o estômago e coração fracos. Matérias recentes de conteúdo e imagens chocantes evidenciam a falta de bom senso de um jornalismo que, pelo que se vê, topa tudo para ampliar os números de acessos ao seu endereço.



É interessante pontuar que esta abordagem [do jornalismo sensasionalista paraibano] raríssimas vezes é aplicada em casos nos quais as vítimas tenham poder aquisitivo maior. A imprensa insiste em tratar corpos de homens e mulheres da periferia, excluídos, negros, “das classes perigosas”, como objetos do domínio público do qual o jornalismo pode usufruir simplesmente pelo fato de que estas vítimas provavelmente não terão como processá-los. Melhor pensar que seja por isso mesmo. Imagine se a real justificativa seja motivada pela perspectiva de que, por serem pobres e possivelmente delinquentes, é natural que devam morrer?


O que torna ainda mais frágil a capacidade de intervir contra é que há uma estrutura econômica e política que sustenta este tipo de jornalismo. Existe audiência e há uma rotina que permite que este conteúdo possa ser capturado. Não se trata aqui de censurar o acesso ao espaço do crime, mas preservar, por uma questão de respeito até, a cena, o morto, o desespero da família. Estranho pensar que existem anunciantes que topem apoiar este tipo de conteúdo em tempos em que estar bem no mercado rima com a tal da responsabilidade social.


Para começar a transformar esta realidade, é preciso investir em espaços de leitura crítica da mídia em todo o sistema educacional do Brasil e também no processo de formação do comunicador. Compreender que a análise dos nossos meios de comunicação também é a análise da nossa sociedade. Criticar e autocriticar-se deve ser um processo permanente para a melhoria da nossa atuação de jornalistas. A naturalização da exposição e do direito de explorar comercialmente estas imagens é sintoma de um fenômeno social preocupante sobre o qual precisamos refletir – editores, empresários, internautas e toda a sociedade.

[Janaine Aires é jornalista, membro do Coletivo COMjunto de Comunicadores Sociais e do Observatório da Mídia Paraibana]

http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed676_as_cenas_chocantes_do_jornalismo_pericia
Amour, Acide et Noix

 Tentaram transmitir com a nudez que todos ali eram semelhantes e partilhavam de universos comuns, que oscilavam entre momentos de solidão e de contato com os outros.

Pra tratar deste tema muito mais coisa poderia ter sido colocada, de forma inclusive que a dança aparecesse mais em sua beleza de movimentos diversos, e menos repetitivos do que o foi no espetáculo.
A dança que foi apresentada tinha muitas paradas que não deixavam aparecer todo potencial que os bailarinos pareciam possuir.
Além do mais os corpos perfeitos e nus chamavam atenção de modo tão forte que tornavam isso o foco do espetáculo, talvez até impedindo a mensagem que se tentou passar.

De qualquer modo poucas vezes vi o nu representado no ballet contemporaneo de forma tão direta e sem pudores.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Desejo do corpo é sempre bom satisfazer.

Ser tocado é bom demais.
Nenhum corpo resiste, porque toque aumenta vontade do corpo de ser mais tocado ainda.
Escultura de Choi Xooang, representando elementos reais do corpo humano,
com enfoque no sofrimento causado pela guerra da Coréia.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Aborto

Nos países de primeiro mundo, onde se tem muito mais condição de criar um filho não-planejado são justamente os países aonde o aborto é permitido irrestritamente.
Enquanto em países subdesenvolvidos, em que a pobreza e a falta de instrução reinam a ponto de uma mulher ter cinco a seis filhos que não planejou ter, na maior parte das vezes sozinha, sem um companheiro pra ajudar na educação e dividir responsabilidades. É foda.
Política pública assim com relação ao aborto só mostra o que querem cada vez mais: que nesses países tenham trabalhadores no limite da linha de pobreza pra garantir manutenção do sistema desigual.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Energia capaz de mover a transformação do mundo

Muito bom ver gente estudando com seriedade sobre a origem do mundo, dos seres, da energia vital.

A natureza é tudo que existe. É detentora de sua própria força motriz, que insere todos os seres nessa mesma força, fazendo de cada um parte do todo existente.
A partir da ioga pode-se conhecer muito da filosofia oriental, que nos chega tão pouco. Eles falam muito disso, de uma energia que circula e envolve tudo e todos, que faz cada um se perceber como parte do muito e poder sentir e por vezes interferir, até com o pensamento, no rumo do mundo (que isso não signifique motivo para acomodação das pessoas, no sentido de desestimularem elas as lutas, a reivindicar com atuação prática, como o exemplo do eduardo marinho, quando estiverem insatisfeitas com as condições de vida que lhe estão estabelecidas. Se a força está em nós mesmos, e no nosso pensamento, inclusive, podemos nos acomodar demais, ficarmos sentado só meditando as coisas em nossas cabeças).
Os orientais estavam lá, nos trocentos anos antes de buda, já falando disso, e apesar do cunho religioso que há impregnado em muito dali, têm muito a ensinar. Porque perceber que somos um todo dá uma perspectiva de vida muito diferente da que temos no ocidente, onde cada vez mais reinam valores individualistas.
Um avanço no entendimento do mundo nessa outra perspectiva talvez incorporasse valores mais humanitários, mais solidariedade e coletividade.
O mundo poderia ficar melhor.


Exemplo de Eduardo Marinho


novo conceito de energia

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Falta de educação

Justamente pela educação ter esse poder de fazer pensar e transformar é que nesse país o investimento nela com qualidade é tão ínfimo. Um povo educado e sabido, sabe que a desigualdade reina e que é injustiçado. E se manifesta, luta pra modificar sua condição de existência.
Aqui é o país onde quem governa não quer que seu povo pense não. Político ganha uma fortuna no contra-cheque e ainda não se conforma, desvia a mísera verba que vai pra educação (pra não falar de saúde, segurança, moradia, transporte...) no intento de manter sua vidinha confortável, independente de isso se dar as custas das misérias dos outros.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Gertrudes Hemilia

'Ontem no entanto perdi durante horas e horas minha montagem humana. Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação a: ser? (...) Mas porque não me deixo guiar pelo que for acontecendo?Terei que correr o sagrado risco do acaso' p. 11.

Tendo de lidar com seu medo e nojo de barata, pela primeira vez na vida Gertrudes Hemilia refletiu sobre a sua própria vida, sobre quem era e como agia no mundo. Ali sentiu que não era livre e tomou pra si a árdua missão de busca pela liberdade.
Tinha percebido, diante da barata, que não era. Então desejou ser.