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TUDO SOLTO E MISTURADO


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Meus assuntos contigo são sempre tres:
experiencias que vivemos sozinhos,
experiencias que trocamos com as pessoas,
conhecimentos que adquirimos do mundo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Zé.

"Era uma vez um homem que viajava pelo mundo e queria viver para continuar a escrever. Era uma vez uma mulher que empurrou este homem para a vida. Era uma vez um elefante que viajava pelo mundo sem saber porquê. Era uma vez um realizador que quis fazer um documentário sobre a intimidade de Saramago e de Pilar e acabou a fazer um filme sobre a vida"

Que cabra fantástico aquele Saramago, um figuraça! Divertido, inteligente, perspicaz, humanista, poeta, companheiro. Começou a escrever somente aos 60 anos e não parou mais. Com mais de 80 anos ainda estava ativamente produzindo. Textos literários de muita qualidade, bons de ler e onde se percebe um homem que entendeu bem do mundo em que viveu.
Teve como companheira, no maior sentido que essa palavra pode ser concedida, Pilar. Jornalista com quem foi casado há mais de 20 anos, mantendo relação interessantíssima em que um auxiliava o outro na missão de crescer como ser humano.
Quando escrevia 'A Viagem do elefante', um de seus ultimos livros, caiu doente internado por quase dois meses. Viu a morte de perto e afirmou ter tido salva sua vida por sua mulher, Pilar, a quem dedicou a maior parte de seus trabalhos; e pelo elefante, que chamava-o pra que ele terminasse de contar como acabaria sua viagem. Já recuperado ele termina o livro, faz mais muitas viagens, entrevistas, conferencias, sessão de autógrafos... e tem a oportunidade de ter cinematografado um trabalho seu ('Ensaio sobre a Cegueira'). Saramago chora ao assistir o filme no cinema, chora agradecido pela sua existência que trouxe a possibilidade de vivenciar mais coisas de novo.

Numa de suas ultimas entrevistas declarou que a vida que levou é exatamente a que gostaria de ter levado, com sucessos e tropeços, sem modificar nada. Foi perguntado sobre que desejo faria, se pudesse pedir qualquer coisa que ainda não tivesse conquistado. Respondeu prontamente 'tempo'. Tempo para continuar produzindo nos livros o que se passa em sua cabeça vivida, tempo pra conhecer mais, tempo para curtir ao lado de sua grande companheira, tempo.
Que sensação fantástica deve ser a de chegar ao fim de uma longa vida com a sensação de que foi a que se queria mesmo ter vivido. Sensação de que a chance de existencia foi apreciada. Sensação de que a vida vale a pena!
http://www.youtube.com/watch?v=LMFbp_t7h_A

'um documentário que podia ser uma ficção. Que é o que realmente se sente quando as coisas são perfeitas demais para serem verdade'.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PRIMAVERA

O sol já desponta quentinho,
as flores se abrem devagarinho,
as chuvas estão indo embora um tempinho,
primavera chegando pra colorir o mundo pro verão.
É tempo de florescer!!!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O governo brasileiro ainda não toma medidas repressoras do conteudo da internet porque isso nao dá pra ser feito?

Ausencia assimilada

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!“

drummond

Equilíbrio vivendo o presente.

"Era como se antes eu estivesse com o paladar viciado por sal e açúcar e com a alma viciada por alegrias e dores".

boiada

O rio corre em direção certa.
Tudo que cai no rio é levado por ele a esse lugar estabelecido.

O amor, por Anayde Beiriz.

“(...) O amor que não se sente capaz de um sacrifício não é amor; será, quando muito, desejo grosseiro, expressão bestial dos instintos, incontinência desvairada dos sentidos, que morre com o objetivar-te, sem lograr atingir aquela altura onde a vida se torna um enlevo, um doce arrebatamento, a transfiguração estética da realidade... E eu não quero amar, não quero ser amada assim... Porque quando tudo estivesse findo, quando o desejo morresse, em nós só ficaria o tédio; nem a saudade faria reviver em nossos corações a lembrança dos dias findos, dos dias de volúpia de gozo efêmero, que na nossa febre de amor sensual tínhamos sonhado eternos.
Mas não me julgues por isto diferente das outras mulheres; há, em todas nós, o mesmo instinto, a mesma animalidade primitiva, desenfreada, numas, pela grosseria e desregramento dos apetites; contida, nobremente, em outras, pelas forças vitoriosas da inteligência, da vontade, superiormente dirigida pela delicadeza inata dos sentimentos ou pelo poder selético e dignificador da cultura.
Não amamos num homem apenas a plástica ou o espírito: amamos o todo. Sim, meu Hery, nós, as mulheres, não temos meio termo no amor; não amamos as linhas, as formas, o espírito ou essa alguma coisa de indefinível que arrasta vocês, homens, para um ente cuja posse é para vocês um sonho ou raia às lides do impossível. Não, meu Hery, não é assim que as mulheres amam. Amam na plenitude do ser e nesse sentimento concentram, por vezes, todas as forças da sua individualidade física ou moral.
É pois assim que eu te amo, querido; e porque te amo, sinto-me capaz de esperar e de pedir-te que sejas paciente. O tempo passa lento, mas passa...
...E porque ele passa, e porque a noite já vai alta, é-me preciso terminar.
 
Adeus. Beija-te longamente, Anayde”

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

7 de setembro

Independentes?

Só vejo dependência aqui.
Dependência a uma globalizadora política neo-liberal que só arrasta o Brasil pra um ‘desenvolvimento econômico’ que torna as pessoas cada vez mais padronizadas, consumidoras e alienadas.

Dia da independência do Brasil é só mais um dia sem trabalho pra alguns, bom pra quem pode ficar em casa assistindo televisão sem ficar pensando no que é ser ou não um país independente.

É pena não morar num país onde todos tenham emprego e oportunidades semelhantes, trabalhem, tenham sua função social, mas também reste tempo para se dedicar ao ócio, ao conhecer-se, ao desenvolvimento da criatividade e habilidades pessoais...
Onde todos tenham direito a saúde publica gratuita digna; educação pública de qualidade que permita conhecer e analisar o mundo com clareza; segurança de estar na rua até a hora em que se deseja; cultura em filmes, musica, arte de um modo geral, acessível a todos.
Onde a mídia hegemônica, que tanto influencia a vida das pessoas, seja diversa e capaz de estimular valores de igualdade e liberdade.
Onde a democracia funcione e o povo, maioria da população, defina que caminho deve seguir a política e economia de seu pais. Onde o povo tenha efetivamente seus interesses representados pelos políticos.
Que tristeza não poder comemorar hoje a independência de meu país indo pras ruas assistir essas meninas-balizas orgulhosas a vibrar a felicidade de morar num país igualitário onde tem-se liberdade de ser.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bom dia.

Ontem Jackeline Ruiz foi julgada pela atuação no mensalão do democratas. Por mais da metade dos votos a deputada continua em seu cargo depois de ter faturado ilegalmente milhões utilizados em beneficio pessoal, inclusive na campanha que a elegeu.
Comum.
A votação na câmara foi secreta, que é para os deputados presentes não se intimidarem em votar a favor da corrupção, eles mesmo corruptos e aptos a sentar no banco dos réus outrora.
E a bonita ainda tem a cara de pau de falar em sua defesa que roubou sim, roubou muito, mas isso foi antes de assumir o cargo. Então nesse país se pode matar, abusar sexualmente, traficar armas, tudo antes de se assumir um cargo público.
Sua naturalidade me faz ter de achar comum acordar e enquanto tomo café da manhã ser acordada de verdade pela notícia.