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TUDO SOLTO E MISTURADO


domingo, 17 de julho de 2011

Açaí.

Eu sou uma pessoa má
Eu menti pra você
Você não podia esperar ouvir uma mentira de mim
Que pena, não sou o que você quer de mim
Céu nublado cinza. Em frente ao mar só há uma cor só. Céu e mar. Inverno no litoral do nordeste. Em dias assim não se sabe onde aquele começa e o outro termina.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Primavera

Holi celebra o triunfo do bem sobre o mal e inaugura a temporada de primavera. O festival comemora um mito hindu sobre uma bruxa, Holika, que queimou crianças em um incêndio. Uma criança repete o mantra Hare Krishna, onde ele foi levado para dentro das chamas e a bruxa foi queimada em seu lugar.
Todos os anos o Templo Hare Krishna em Spanish Fork, Utah coloca a maior celebração de Holi no Hemisfério Ocidental. Os organizadores cuidadosamente distribuem seu estoque de aproximadamente 120 mil sacos de pó colorido, para as 40 mil pessoas que compareceram no festival. Onde em contagem regressiva eles se preparam para jogar o pozinho para o alto. No festival tem shows de Rock, R&B, e outras interpretações modernas do mantra são tocados por músicos ao longo do dia.


Alguns historiadores contam que o Holi antecende em muitos séculos o nascimento de Cristo e são muitas as lendas que explicam o seu aparecimento, em geral remetendo ao temível Rei Hiranyakashyap. Muito vaidoso, ele queria que todos no seu reino o venerassem, mas foi justamente o seu filho Prahlad quem resolveu adorar uma entidade diferente, chamada Lord Naarayana. Hiaranyakashyap combinou com a sua terrível irmã Holika, que tinha o poder de não se queimar, que ela entraria numa fogueira com Prahlad em seus braços para matá-lo. Mas Holika deu-se mal porque ela não sabia que o seu poder de enfrentar o fogo seria anulado quando ela entrasse na fogueira acompanhada de outra pessoa. Lord Naarayana reconheceu-a bondade e devoção de Prahlad e salvou-o. O festival, portanto, celebra a vitória do bem contra o mal e o triunfo da devoção.[1]A tradição da queima Holika ou o "Holika Dahan" vem principalmente a partir desta lenda.

Apesar de esta ser uma festa colorida, existem vários aspectos de Holi, o que o torna tão importante para a cultura da Índia. Embora possa não ser tão evidente, um olhar mais atento e um pouco de pensamento revelará o significado do Holi em mais formas do que aquilo que simplesmente se vê. Holi celebra também a lenda de Radha e Krishna, que descreve o extremo prazer que Krishna teve na aplicação de cor sobre Radha e Gopis. Esta brincadeira de Krishna mais tarde, tornou-se uma tendência e uma parte das festividades do Holi.[1]




(tudo dito na wikipedia)

domingo, 10 de julho de 2011

Mulher e consumo

Toda mulher deseja se inventar. Ter personalidade própria, saber quem é e do que gosta, ter autonomia, escolhendo sua aparência, seu trabalho, seus companheiros, sua opção sexual, a forma que quer se portar e como.
Só que muitas se inventam perseguindo o padrão estético que é imposto pelos valores sociais vigentes, que se utilizam de veículos poderosos como a mídia para convencer. Essas mulheres acabam se escondendo, escondendo quem são atrás de uma identidade padronizada que compartilha com outras tantas. 

As mulheres aprendem na TV como devem aparentar, o que vestir, que marca de sapato ou perfume usar, que cor de cabelo ter, como se comportar.
Há promessa de felicidade para quem se torna mulher-padrão.
E quer coisa melhor do que padronizar? A produção em série traz maiores lucros.
Pra que perder tempo em produzir produtos específicos a cada pessoa singular? Trabalhoso e dispendioso demais. É necessário economizar quando se visa o lucro.
Melhor estabelecer valores sociais padronizados e torná-los aceitos para criar mulheres iguais. Mulheres e homens. Pessoas iguais, que têm o mesmo desejo na hora de consumir.
A sociedade do consumo é assim.
É difícil não estar envolto de algum modo por ela.

Velando a vela

Observar de perto uma vela acesa.
Olhar bem em algum lugar escuro e silencioso.
Somente ela é luz.
Só luz.
Experiência interessante.
A chama é laranja e no centro tem um pouco de azul.
É bonito de ver.
Tão simples, uma vela acesa.
Em tudo que é bolo de aniversário tem.
Antes quando faltava luz tudo ficava escuro em casa.
Não havia tanto aparelho eletrônico com reserva de energia.
Era sempre hora em que tudo silenciava.
Velas acesas apareciam.
Vela acesa no escuro traz foco.
Olhando bem e sem parar por um bom tempo há uma única imagem.
Do fogo amarelo-azulado que sai do pavio.
Fazendo escorrer parafina molhada vela abaixo.
O olho começa a querer lacrimejar um pouco se olhar demais sem piscar.
Fecho os olhos e há outra imagem.
Lembra aquela, mas é diferente.
Esforço-me para manter a imagem que vejo de olhos abertos com eles fechados.
A imagem que aparece é a de um pequeno losango vermelho.
Quanto mais tempo permanecer de olhos fechados, mais a imagem do losango vai desaparecendo.
Vai ficando distante.
Somente uma nova olhadela na vela acesa fará a imagem retornar.
Vela acesa numa escuridão silenciosa traz muito foco.
Se olharmos sem parar pra uma chama no escuro nosso pensamento é capaz de se acalmar.
De não ficar incessante demais como sempre é.


"(...) Quanto mais estreito é o fio de luz, mais penetrante é a vigilância.
(...) a luz de uma vela, (...) duplo sentido, o de alumiar e de aquecer. O que nos fascinará tanto numa simples vela?!
O seu lado romântico, que herdamos dos nossos antepassados oitocentistas? A cor vibrante e dilacerante que encerra? O perigo que existe ao acendê-la e torná-la chama? O simples derreter da cera em seu redor que cria montanhas e estalactites que, de forma natural, não podemos criar? O alumiar do caminho? Uma forma de obter luz natural? O misticismo da vela...!!!!
Que vejo eu, tu e todos numa vela? É um fascinio. E a luz acessa,... num quarto escuro, ... em noite cerrada ..., fala-nos de solidão. Remete-nos para o nosso passado de histórias encantadas. Transporta-nos para um outro mundo, o da imaginação e olhando lá bem do fundo ficamos à espera que o sonhador noturno, ou desesperado diurno, apague a luz e vá descansar num sono profundo. (...)"
Gaston Bachelard
"Realmente, se um dia de fato se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos - isto é, uma explicação do que é que eles dependem, por que leis se regem, como se desenvolvem, a que é que eles ambicionam num caso e noutro e por aí fora, isto é uma fórmula matemática exata - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo. Pois quem aceitaria escolher por regras? Além disso, o ser humano seria imediatamente transformado numa peça de um orgão ou algo do gênero; o que é um homem sem desejos, sem liberdade de desejo e de escolha, senão uma peça num orgão?"
Fiodor Dostoievski

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diferenças entre Religião e Espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior..
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 2 de julho de 2011

"Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso."
Clarice Lispector