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TUDO SOLTO E MISTURADO


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Arte de dizer

Você me diz tudo no mundo.
E eu fico querendo mesmo saber se o que dizes é o que eu entendi que disseste.


O que quis dizer foi isso?


É possível.


Isso não me diz tanto.
Nem me faz saber o que queres dizer com o que diz.
Queres que eu não saiba exatamente no que pensas quando dizes algo?
Ou queres ver alimentada a minha imaginação, me fazendo pensar nas várias possibilidades de interpretação sobre o que dizes?
Atiças minha criatividade e competência de dar significados ao que é dito.
Daí eu penso.
Penso mesmo.
Penso.
E penso.

Quis dizer isso?


É provável.


É provável que tenhas dito isso que eu pensei que você disse?
Fico querendo confirmar se o que dissestes é o que penso que dissestes, numa tentativa de buscar entender o que quer dizer quando diz.
Porque tu falas de tudo no mundo.
Quero fazer esforço pra entender o que quer dizer com as coisas que diz, usando todos os elementos de compreensão que me são possíveis.
E se dizes que é provável, que o que disse pode ser o que eu achei que disse, entendo que o que eu entendi que dissestes é algo que também poderia ser dito, mas ainda não o tinha sido até então.
O que eu achei que tinhas dito, não era.
Mas podia ser.

Então isso é isso?


Isso é aquilo.


Eita.
Se eu estava pensando que isso que dissestes era isso que eu tinha entendido, mas agora me dissestes que era aquilo, então o que eu penso que dizes, na verdade é diferente do que dizes.
O que eu pensava que dizias não o era.
E também o que eu pensava que querias causar com o que dizias não o era.

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