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TUDO SOLTO E MISTURADO


sábado, 25 de fevereiro de 2012

‘quem gosta de dançar, não pode ter medo de cair’.


Sim.
Esse medo pode surgir.
Mas só quando dançamos sem querer dançar.

Às vezes vamos a um espetáculo de música só pra ouvir
o cantar e o tocar.
A voz cantar e o instrumento tocar.
Somente apreciar.
É quando o som que vai rolar
é instigante demais ao ouvido.
Ou quando se gosta demais daquele som a ser tocado.
Ou mesmo quando nunca se viu ao vivo
aquele som ser fabricado.
Aí o bom é assistir o show com atenção,
deixar o som entrar no coração.
Ficar bem quietinha, quase sem se mexer.
Os instrumentos funcionando é que é o bom de ver:
emitindo seus sons,
em vários tons
que se movimentam no ar
e fazem lombrar.
É massa assistir
cada um deles,
isoladamente e no conjunto.
Apreciar o ouvir.
Nessas ocasiões o recomendado é nem conversar.
Ficar logo antissocial.
Dançar?
Nem a pau, Juvenal!
Ao show sonoro está tão entregue o olhar
que ninguém prestaria atenção aos pés se mexendo a dançar.
Em dia de espetáculo de música assim,
sim.
Seria fácil tombar!
Acho que é pra ter medo de cair.
Medo de dançar e cair.
Pois dançar sem querer dançar?

Mas se ouvirmos de repente
aquela música começar a tocar,
nesse mesmo instigante show,
geralmente um groove ou um soul,
um jazz, um afrobeat ou uma cumbia,
um côco, um frevo, uma rumba,
um afoxé, um forró, um tango,
um bolero, um merengue, um mambo,
uma lambada ou mesmo o tunts tunts da balada,
e quando toca aquele samba?
Aí a perna começa a ficar bamba!


É quando o desejo da alma é o de dançar,
aí não.
Não dá esse medo de cair quando se quer muito dançar.


Ah! Quando a vontade de dançar vem de dentro!
Alcança rapidinho você.
Nem que queira pode parar!
O pé começa logo a bater,
os joelhos ficam a dobrar e desdobrar,
o quadril se põe a circular,
os ombros vão pra lá e pra cá,
até o cabelo não fica no lugar.
O jeito é deixar acontecer,
porque a dança vem e invade a alma,
e mesmo com tanto mexido,
que curioso, acalma.
Dançando o espírito fica tranquilinho,
o corpo fica levinho,
tudo em estado transcendental.
Dançar com vontade de dançar,
faz flutuar,
é mesmo lombra surreal.
Então vamos que vamos dançando,
rodopiando, rodopiando...
dando voltas pelo salão,
fazendo bem pro corpo,
pra mente
e muito bem pro coração.
Quando dançamos com vontade de dançar,
(esse é o segredo)
não dá nenhum medo de cair.
Mesmo se a gente meter a bunda no chão
e se todo mundo começar a rir,
mesmo se a gente se esparramar,
e todo mundo rir de chorar,
a gente levanta e continua a dançar,
podendo até voltar
a mais uma vez cair.
Porque é bem verdade
que quando se dança muito,
se sua muito,
e ‘quando se sua muito,
o suor caído no chão,
deixa o solo escorregadio’,
propício a queda de quem se acaba dançando pelo salão.

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